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terça-feira, 6 de maio de 2008

Qualidade de vida: um estilo inspirado na criança!














"Procurei nos livros orientações para uma vida bem vivida, e encontrei na criança não a resposta que eu procurava, mas a inspiração que eu precisava." Chafic Jbeili


Procurei nos livros da sabedoria quais os mistérios de uma vida bem vivida. Encontrei filósofo falando que ser é melhor do que ter. Descobri que vive melhor quem vive o ser que se é, nas condições que se tem.


Procurei nos livros sagrados o caminho de uma vida plena e com sentido. Encontrei profetas falando de paz, de amor, de compartilhar e de perdoar. Descobri que vive melhor quem ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.


Procurei nos livros das ciências os segredos de uma vida vivida com saúde e longevidade. Encontrei doutor falando em comer bem, dormir bem, fazer exercícios e manter boa higiene física e mental. Descobri que vive melhor quem respeita os próprios limites, do corpo e da mente.


Procurei nos livros dos negócios a estratégia para uma vida de sucesso. Encontrei executivos falando em muita determinação, bastante garra, comedição severa em seus gastos, capacidade de se equilibrar nos altos e baixos do dia a dia, além de muita persistência em uma jornada marcada por dolorosas e consecutivas quedas. Descobri que vive melhor quem pretere o sucesso em favor da genuína felicidade.


Procurei nos livros da vida a experiência do bem viver nas palavras de quem não sabe ler nem escrever. Encontrei ancião falando de raiz, canja de galinha e chá de muitos matos. Descobri que vive melhor quem busca uma vida simples e observa os sinais que a vida oferece.


Procurei nos livros das crianças a fonte de uma vida alegre e divertida. Não encontrei qualquer delas disposta a investir um segundo sequer de seu precioso tempo para falar de coisa séria. Só escutei risos, sapateados e o vulto daquelas que não paravam de correr ventanejantes de um lado para o outro. Descobri que vive melhor quem, de vez em quando, se liberta e retoma a dinâmica lúdica da infância, ainda que por alguns minutos apenas.


Depois de tanto procurar descobri que vive melhor quem:


1) Busca maior autoaceitação. Cada pessoa é muito maior e melhor do que comumente acredita que é. A psicopatologia da neurose subsiste do conflito entre quem a pessoa pensa que é e quem ela gostaria de ser. Lembre-se: Pessoas gostam de pessoas que gostam de si mesmas. Virtude-chave: Compreensão.


2) Reconhece suas limitações. Crer que há um Deus no controle de todas as coisas é essencial para que a pessoa evite a pesada, pretensiosa e falsa crença de possuir controle sobre coisas e pessoas. Ser responsável não implica ter poder. Lembre-se: Não se preocupe com as coisas que não pode fazer nada. Com as demais faça algo ao invés de apenas se preocupar. Virtude-chave: Fé.


3) Atende suas necessidades. A saúde é um bem precioso e prescinde qualquer ação. Um corpo fraco e mal nutrido dificilmente conseguirá realizar a mais banal das tarefas. Lembre-se: O único espaço em que a pessoa tem posse plena, irrestrita e vitalícia é o próprio corpo. Se não cuidar dele, onde mais poderá viver? Virtude-chave: Disciplina.


4) Goza boa capacidade de discernimento. É preciso saber viver com equilíbrio. Metas e objetivos são bons apenas enquanto não comprometem os limites do corpo e da alma. De que adianta ganhar o mundo inteiro e perder as pessoas queridas e amadas? Lembre-se: A felicidade não tem, necessariamente, qualquer vínculo com o sucesso. O contrário também é verdadeiro. Virtude-chave: Sensatez.


5) Aprecia as coisas simples da vida. Observar uma formiga que trabalha, uma nuvem que passa em majestoso silêncio, a revoada de um sedento beija-flor. Perceber que vai chover, sentir o cheiro da terra, pegar uma pedrinha de granizo e dividir o guarda-chuva. Reparar na folha que cai, na aranha que tece, no cupim que corrói, enquanto se saboreia uma suculenta jaboticaba colhida no pé. Lembre-se: As coisas mais simples também são as mais extraordinárias. Viva-as mais vezes. Virtude-chave: Gratidão.


6) Revive ou recria a própria infância. Se não há o que reviver de sua infância, então recria-a para vivê-la agora e aos poucos. Uma historinha bem lida, uma gargalhada bem dada, doces, pipoca e traquinagens. Aproxime-se do chão, vire uma, duas, três cambalhotas protegendo sempre a cabeça. Balance o corpo enquanto come um biscoito. Faça caretas no espelho, ria da vida, da sorte ou da morte... apenas ria. Lembre-se: Se não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Virtude-chave: Humildade.


Em geral, a criança gosta de si mesma; mesmo sem concordar reconhece suas limitações e, por isso, sabe que é frágil e dependente dos outros, pois não pode obter aquilo que precisa de si mesma. Faz o que for preciso para ver suas necessidades atendidas, depois se cala e dorme. A criança se ocupa em ser feliz e não se preocupa em ser bem-sucedida; ela sabe bem apreciar e vibrar com as coisas mais simples que lhe apresentam; a criança preserva a capacidade lúdica de recriar a cada instante um mundo diferente, uma fantasia nova.


Autor: Chafic Jbeili | www.chafic.com.br

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