Chafic Jbeili
As pessoas de fé acreditam sempre que suas vidas irão melhorar, apesar dos pesares. Mas não há esperança que resista os maus agouros dos pessimistas de plantão.
É incrível como as situações de revezes afastam os amigos e atraem urubus e corvos ávidos por espalhar e perpetuar um pedacinho fugaz de má sorte aos quatro ventos, mas Grant aprendeu um antídoto eficaz, pois ele era uma dessas pessoas de fé, porém, sua fé era estática e jamais surtiria o mesmo efeito da fé dinâmica, até que foi inspirado a reconhecer isto e mudar sua própria sorte. Veja como foi:
A segunda feira parecia como outra qualquer para o técnico Grant. Ao chegar à escola, logo pela manhã, ele recebe a notícia de que seu melhor jogador havia passado para o time adversário. As coisas já não iam bem à equipe e isto parecia ser o golpe final na carreira do jovem treinador.
Ao final do expediente, depois de um dia daqueles, Grant volta pra casa e se depara com vários outros problemas cotidianos: A esposa carente de companhia; a pia da cozinha que não funciona; vazamento na tubulação do banheiro; o carro velho que não pega de primeira; contas atrasadas... Enfim, um monte de coisas pequenas que somadas fazem o corpo lançar mais cortisol e adrenalina do que o necessário, causando estresse, fadiga, desânimo e visitas recorrentes ao médico, além de franzir a testa, antecipar as rugas e provocar queda de cabelos, entre outros fenômenos psicossomáticos.
No dia seguinte, quando as coisas pareciam não ter como piorar, Grant recebe o resultado de seu check-up. O médico lhe diz, entre outras coisas, que deverá abandonar o sonho de ser pai, pois os exames acusaram esterilidade e ele não poderá ter filhos. Infeliz, Grant se isola e começa a questionar Deus. Tenta buscar forças e amenizar sua tristeza nos salmos 23 e 91. Acuado, se dirige a um lugar ermo no parque da cidade para tentar ouvir uma resposta de Deus. Pede direção, sabedoria e clama por uma solução. A quem mais recorrer, depois do médico, sacerdotes e terapeutas, quando se continua enxergar a vida em escala de cinza e a mais simples das tarefas continua parecendo algo impossível de se realizar?
Com o olhar perdido no silêncio do lugar e completamente perdido, Grant é surpreendido pelas palavras de um homem simples que se aproxima. Este lê uma das mais belas e reconfortantes passagens da Bíblia, mais especificamente no livro Apocalipse, Capítulo 3, Verso 8: “Conheço as tuas obras e eis que ponho diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar. Sei que suas forças são poucas [...]”. Impaciente, Grant interrompe o homem e pergunta: “Você acredita mesmo nisto que lê?”. Aquele desconhecido, então, responde com uma pequena história e devolve a pergunta:
- Dois fazendeiros oravam a Deus pedindo chuva para o próximo plantio, mas apenas um foi a campo preparar o terreno e semear a terra. Qual deles acreditou de verdade na própria oração? Qual dos dois acreditou que seria atendido por Deus em sua súplica? Aquele que orou e ficou esperando as coisas acontecerem sozinhas (fé estática) ou aquele que orou e foi logo preparando o terreno e semeou sua terra (fé dinâmica)? Qual dos dois é você, perguntou o homem enquanto ia embora...
A partir daquele momento, Grant teve uma série de insights e recobrou sua esperança trazendo à memória coisas que lhe davam esperanças. Decidiu mudar suas palavras e tomar atitudes. Pediu perdão a todos quantos lembrava ter ofendido nos últimos dias e perdoou outros tantos. Passou a agradecer pelas coisas simples da vida. Mal havia percebido que Deus falara com ele.
No trabalho, arregaçou as mangas e dirigiu o time como se fosse o primeiro dia de sua contratação como técnico. Escrevia bilhetinhos anônimos com frases otimistas e distribuía sorrisos. Buscou forças e determinação onde antes havia apenas mal pensamentos.
Desta forma, os corvos e urubus ficaram sem a ração do azar e foram embora. Os amigos voltaram envergonhados e novas amizades foram sendo construídas. O sucesso retornava pouco a pouco na vida de Grant e ele recobrava a confiança e admiração que haviam sido temporariamente ofuscadas.
Os acertos aumentavam gradativamente e todos os dias quando chegava para trabalhar ele encontrava um bilhetinho com frases motivacionais em sua mesa, entre estes um que dizia: “A frase NÃO TEMAS é repetida 365 vezes na Bíblia, uma para cada dia do ano. A cada amanhecer Deus lhe diz: NÃO TEMAS, POIS EU SOU CONTIGO!”.
O clima organizacional entre a equipe melhorou significativamente e, consequentemente, a produtividade aumentou também. Cada jogador passou a se dedicar mais aos treinos e obviamente o time acumulava vitórias. Não demorou muito para Grant receber aumento salarial e o merecido reconhecimento, tendo encontrado o antídoto para a superação dos momentos ruins de sua vida. Ele descobriu e optou pela fé dinâmica, decidindo colocá-la em prática. Este foi o segredo de seu sucesso.
Não é que as coisas pararam de dar errado, pois nem tudo dá certo o tempo todo, mas Grant resolveu criar o seu próprio milagre quando escolheu ser o camponês que foi preparar o terreno logo após ter orado a Deus pedindo o que queria. Ele tomou uma atitude concreta, com juízo, bom senso e discernimento. Conseguiu fazer a diferença em sua vida e na vida de muitas pessoas, transformando sua fé em ação, transformando-a de estática em dinâmica.
Moral da história: É comum quando tudo parece dar errado ficar mais tenso e irritado; perder a paciência com as pessoas mais próximas. As reações tendem a ficar desproporcionais aos estímulos. Sem querer descontam-se as frustrações do dia a dia em quem não tem nada a ver com a história e uma simples caneta que não escreve é suficiente para provocar uma bela baforada e reclamar da sorte, da vida e pensar desistir de tudo.
Quando algo dá errado parece que tudo tende a dar errado também. Neste momento muitas pessoas escolhem parar de fazer as coisas para evitar ainda mais insucesso e assim fugir do azar. Desta forma, o medo se instala e os defeitos ficam mais evidentes, fazendo-as se sentirem como peso morto, um zero à esquerda, um fracassado. Então, é natural perder o rumo e esquecer as proezas já realizadas em épocas passadas. A sensação é de que não se sabe mais o que fazer, embora continua-se acreditar em Deus e manter a fé (estática). Nestas circunstâncias não se resiste buscar um culpado, seja ele divino ou humano. Que agonia!!! Ainda bem que tem solução, ufa!!!
É bem verdade que para algumas pessoas a vida é ou parece ser bem mais difícil do que para outras. Enquanto uns granjeiam o pão com o suor do rosto, outros o recebem enquanto dormem. Assim como Grant, descobri que o segredo do sucesso é tomar uma atitude concreta e dar o melhor de si naquilo que se propõe fazer e deixar os resultados por conta de Deus. Afinal, creio eu, milagre é o resultado da fé em ação, o que chamei neste texto de fé dinâmica.
Abstraí com a lição de Grant que não devemos deixar os revezes e o medo esmorecerem nossa fé estática, mas transformá-la em fé dinâmica. Ao insistir com Deus em algo que se quer ou precisa, deve-se ir logo preparando o terreno, pois com Deus todas as coisas bem discernidas serão possíveis! E você, qual dos dois camponeses você tem sido?
*Este texto é uma síntese inspirada e modificada pelo prof. Chafic Jbeili a partir do filme “Desafio de Gigantes”.
Escolha o tema para o próximo texto!
domingo, 11 de janeiro de 2009
Caminhos para aprendizagem
Chafic Jbeili – www.chafic.com.br
Porque algumas pessoas aprendem mais rápido do que outras? Porque algumas pessoas demonstram mais aptidão para aprendizagem? Será que existe uma ponte entre as dificuldades e as facilidades da aprendizagem? Será que há um caminho que pode ser trilhado por todos para alcançar o sucesso escolar ou acadêmico? Eu digo que sim!
Em primeiro lugar é preciso desvencilhar-se da péssima tendência da comparação com o outro. A única comparação viável e aconselhável é com a própria pessoa em diferentes fases. Não se deve comparar Joãozinho com o Zezinho, mas o Joãozinho com ele mesmo e o Zezinho com ele mesmo. Aquela brincadeira do antes e depois em relação a si mesmo é muito bem vinda nesse caso, desde que haja disposição para avaliar construtivamente as causas que modificaram um estado anterior para um estado atual. A comparação de qualquer natureza entre pessoas é uma tormenta tão perversa quanto imagino deva ser a própria condição do inferno.
Em segundo lugar é preciso observar as limitações irreversíveis que cada pessoa possui, entre elas, dificuldades ou debilidades nos órgãos do sentido que impedem a aprendizagem. Quanto às limitações variáveis, estas podem ser trabalhadas e as potencialidades ampliadas como é o caso da atenção e da memória, componentes essenciais para a compreensão e retenção de conteúdos essenciais ao aprender.
Em terceiro lugar é preciso compreender que o corpo é como uma máquina e precisa de combustível para funcionar. O combustível do corpo é o alimento. Alimentos ricos em fósforo, potássio, cálcio favorecem o funcionamento do cérebro e, por conseguinte a disposição para a aprendizagem.
Crianças mal alimentadas e desnutridas dificilmente terão atenção e memória suficientes para compreender e reter qualquer conteúdo. O pouco do nutriente que lhe está disponível no corpo é para manter as funções primárias (coração, respiração etc) em funcionamento e, às vezes, mal consegue mantê-la em pé.
Nota-se a disposição debilitada de crianças que já acordam cansadas e que pedem colo o tempo todo. Mal conseguem correr 20 metros e já estão exauridas. Não há energia sobrando para suprir de forma significativa as funções secundárias, tais como atenção e memória, por exemplo. Como poderão investir energia em aprendizagem? Antes de lecionar qualquer conteúdo verifique se a pessoa está alimentada e descansada.
Em quarto lugar destaco o estado emocional. Crianças que vivem em ambientes com clima de medo e tensão possuem maior quantidade de adrenalina e cortisol no organismo. A adrenalina acelera o metabolismo do corpo para elevar a freqüência cardíaca e aumentar o fluxo sanguíneo nos músculos e, assim, deixar a pessoa preparada para fuga ou defesa. Esse processo gasta enorme quantidade de glicose e oxigênio, sendo que o cérebro desprovido destes dois componentes perde sua condição de consciência e racionalidade, operando por impulso e mantendo apenas o controle das funções primárias. Como poderão dispor de atenção concentrada na atividade de aprendizagem?
Antes de lecionar qualquer conteúdo, faça algum exercício de respiração com o aprendente e proceda alguma dinâmica de relaxação para que o cérebro retome seu estado de consciência e racionalidade. Em quinto lugar, estando a criança alimentada e relaxada, utilize do lúdico para lecionar qualquer conteúdo, pois o componente emocional no processo ensino-aprendizagem é essencial para fixação de conteúdos significativos. Mesmo considerando as eventuais limitações que cada pessoa possui, aprenderá melhor e mais rápido aquele que estiver bem alimentado, com suas necessidades básicas saciadas, com baixos níveis de adrenalina e cortisol no organismo e que tenha a oportunidade de aprender brincando e brincar aprendendo. Para aprender a pessoa precisa estar adequadamente alimentada, descansada, sem excesso de cortisol no organismo, sem excesso de adrenalina, protegida para errar à vontade e estimulada a manipular o conteúdo proposto de forma lúdica e divertida.
Para selar esse processo com parafina real e formar um ciclo vicioso produtivo ofereça reforço positivo ao comportamento esperado, elogiando os resultados (por mínimo que seja) e valorizando cada pequena conquista com demonstrações de afeto, carinho, reconhecimento e amor, muito amor! Estes são os caminhos para aprendizagem e não há quem resista, ainda que haja limites e limitações nas pessoas ou no fascinante processo ensino-aprendizagem.
Porque algumas pessoas aprendem mais rápido do que outras? Porque algumas pessoas demonstram mais aptidão para aprendizagem? Será que existe uma ponte entre as dificuldades e as facilidades da aprendizagem? Será que há um caminho que pode ser trilhado por todos para alcançar o sucesso escolar ou acadêmico? Eu digo que sim!
Em primeiro lugar é preciso desvencilhar-se da péssima tendência da comparação com o outro. A única comparação viável e aconselhável é com a própria pessoa em diferentes fases. Não se deve comparar Joãozinho com o Zezinho, mas o Joãozinho com ele mesmo e o Zezinho com ele mesmo. Aquela brincadeira do antes e depois em relação a si mesmo é muito bem vinda nesse caso, desde que haja disposição para avaliar construtivamente as causas que modificaram um estado anterior para um estado atual. A comparação de qualquer natureza entre pessoas é uma tormenta tão perversa quanto imagino deva ser a própria condição do inferno.
Em segundo lugar é preciso observar as limitações irreversíveis que cada pessoa possui, entre elas, dificuldades ou debilidades nos órgãos do sentido que impedem a aprendizagem. Quanto às limitações variáveis, estas podem ser trabalhadas e as potencialidades ampliadas como é o caso da atenção e da memória, componentes essenciais para a compreensão e retenção de conteúdos essenciais ao aprender.
Em terceiro lugar é preciso compreender que o corpo é como uma máquina e precisa de combustível para funcionar. O combustível do corpo é o alimento. Alimentos ricos em fósforo, potássio, cálcio favorecem o funcionamento do cérebro e, por conseguinte a disposição para a aprendizagem.
Crianças mal alimentadas e desnutridas dificilmente terão atenção e memória suficientes para compreender e reter qualquer conteúdo. O pouco do nutriente que lhe está disponível no corpo é para manter as funções primárias (coração, respiração etc) em funcionamento e, às vezes, mal consegue mantê-la em pé.
Nota-se a disposição debilitada de crianças que já acordam cansadas e que pedem colo o tempo todo. Mal conseguem correr 20 metros e já estão exauridas. Não há energia sobrando para suprir de forma significativa as funções secundárias, tais como atenção e memória, por exemplo. Como poderão investir energia em aprendizagem? Antes de lecionar qualquer conteúdo verifique se a pessoa está alimentada e descansada.
Em quarto lugar destaco o estado emocional. Crianças que vivem em ambientes com clima de medo e tensão possuem maior quantidade de adrenalina e cortisol no organismo. A adrenalina acelera o metabolismo do corpo para elevar a freqüência cardíaca e aumentar o fluxo sanguíneo nos músculos e, assim, deixar a pessoa preparada para fuga ou defesa. Esse processo gasta enorme quantidade de glicose e oxigênio, sendo que o cérebro desprovido destes dois componentes perde sua condição de consciência e racionalidade, operando por impulso e mantendo apenas o controle das funções primárias. Como poderão dispor de atenção concentrada na atividade de aprendizagem?
Antes de lecionar qualquer conteúdo, faça algum exercício de respiração com o aprendente e proceda alguma dinâmica de relaxação para que o cérebro retome seu estado de consciência e racionalidade. Em quinto lugar, estando a criança alimentada e relaxada, utilize do lúdico para lecionar qualquer conteúdo, pois o componente emocional no processo ensino-aprendizagem é essencial para fixação de conteúdos significativos. Mesmo considerando as eventuais limitações que cada pessoa possui, aprenderá melhor e mais rápido aquele que estiver bem alimentado, com suas necessidades básicas saciadas, com baixos níveis de adrenalina e cortisol no organismo e que tenha a oportunidade de aprender brincando e brincar aprendendo. Para aprender a pessoa precisa estar adequadamente alimentada, descansada, sem excesso de cortisol no organismo, sem excesso de adrenalina, protegida para errar à vontade e estimulada a manipular o conteúdo proposto de forma lúdica e divertida.
Para selar esse processo com parafina real e formar um ciclo vicioso produtivo ofereça reforço positivo ao comportamento esperado, elogiando os resultados (por mínimo que seja) e valorizando cada pequena conquista com demonstrações de afeto, carinho, reconhecimento e amor, muito amor! Estes são os caminhos para aprendizagem e não há quem resista, ainda que haja limites e limitações nas pessoas ou no fascinante processo ensino-aprendizagem.
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