
Como palestrante sobre burnout em professores, destaco em minhas apresentações as ameaças e violência contra os educadores como um dos fatores deflagradores desta síndrome que acomete mais de 40% dos professores no Brasil e, segundo o coordenador do curso de psicologia da UnB, prof. Codo, tal síndrome representa “um risco que pode levar à falência da Educação”.
O prof. Valério é (ou era) professor de História da Escola Classe 04 de Ceilândia, cidade satélite de Brasília-DF. Formado em Direito, pensa em migrar de profissão depois do ocorrido. A atitude do professor Valério é a realização de uma vontade que assombra metade dos professores brasileiros, pelo menos.
Há cerca de trinta dias antes do ocorrido eu havia ministrado, na Escola Classe 06, palestra com o tema: Burnout
Há anos atuo como professor e palestrante nas áreas de Educação e Saúde Mental. Sempre que realizo alguma palestra envio releases para revistas, jornais e TV do Distrito Federal, mas na maioria das vezes a imprensa prefere dar destaque a eventos mais urgentes do que anunciar palestras, é óbvio. Entretanto, o trabalho de conscientização, capacitação e formação continuada são como medidas profiláticas à essas dissonâncias que ocorrem entre educadores e educandos diariamente. Infelizmente, nosso trabalho acaba não alcançando a repercussão que deveria e o resultado disso é: Professores se fragilizam e adoecem enquanto delinqüentes são recebidos como heróis em suas gangues, coroados com a atenção que a mídia os oferece.
Outro agravante é a sensação de impunidade que reina perene. Autoridades irão avaliar a intensidade dos ferimentos para qualificar as lesões corporais. Contudo, a lesão que deveria ser avaliada é sobre a imagem institucional do professor, assim como acontece com a imagem institucional do presidente e de parlamentares que têm regalias à revelia.
Além de defender a pessoa do Valério Mariano, é preciso que nossas autoridades defendam o papel social e a imagem do professor brasileiro. Os agressores, irreverentes delinqüentes, devem ser punidos exemplarmente para refletirem muito bem antes de tentarem agredir o próximo professor. Sabe-se que as ameaças de alunos a professores em sala de aula são uma constante. As figuras representativas de nossa sociedade devem merecer atenção especial. Toda e qualquer agressão deve ser prevenida sempre, impedida quando possível e punida exemplarmente.
Manifesto, assim, o meu apoio e solidariedade ao professor Valério Mariano e assumo, ainda que ínfima, a minha parcela social de culpa por sua agressão. Posso lhe afirmar, professor Mariano, que intensificarei ainda mais o trabalho que venho realizando em prol da qualidade de vida dos professores do Distrito Federal e de todo o Brasil.
Explica a psicanálise de Sigmund Freud: A agressão às figuras e símbolos de autoridade é forte indício do deslocamento da agressão destinada aos progenitores do mesmo sexo do agressor. Tal impulso representa o resultado da obra caridosa e o acolhimento das autoridades complacentes com o crime contra a pessoa humana. O ataque às virtudes, à moral e aos bons costumes não é outra coisa, senão o ataque à educação e aos ensinamentos recebidos dos pais. É uma das diversas formas de o agressor atribuir aos seus educadores a culpa pelo fracasso, incompetência social e pequenez de alma que possuem. Não punir atos oriundos destas fontes é alimentar sentimentos desprezíveis e nutrir o agressor para revides cada vez maiores e mais bárbaros contra as figuras representativas de autoridade social.
Chafic Jbeili
3 comentários:
Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu
mereceu tomar uma taca kkkkkk
cala a boca cara
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